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Associações veem dia 11 muito longe

Diário do Grande ABC | Edição 23.04.2020

Associações veem dia 11 muito longe

O anúncio sobre a flexibilização da quarentena, feito ontem pelo governo do Estado, não tranquilizou os comerciantes da região. Isso porque, na avaliação das associações comerciais, as medidas são vagas, demoradas e sem garantia, uma vez que dependem do comportamento da Covid-19 em cada município.

“Não vimos nenhum tipo de detalhamento ainda, ficou só para o dia 8, fora que está atrasado, 11 de maio é muito tarde considerando que já temos empresas fechando e outras demitindo”, analisou José Roberto Malheiro, presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) de Diadema. “Muitos patrões não terão como segurar os funcionários até lá.”

Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), lembrou que a maioria dos comércios adotou férias coletivas. “Mas (o período) termina semana que vem e alguns comércios cogitam demitir. Temos o caso de uma empresa que irá dispensar 20 dos 40 funcionários e, se voltar, ele (o empresário) disse que pode recontratar.”

Segundo o governo estadual, a flexibilização dependerá da situação de cada cidade. Assim, há o temor que o Grande ABC não seja contemplado pelas mudanças. Conforme o Diário já publicou, a letalidade da Covid-19 é maior na região (7,4%) do que no Estado (6,5%) e no País (4,5%).

“Hoje, a flexibilização é uma opção, mas o dia 11 está a quase 20 dias e podemos ter outro cenário, não temos garantia”, afirmou Pedro Cia Junior, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André).

Para a indústria, medida demorou

Para as sucursais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no Grande ABC, a medida anunciada pelo Estado é extremamente necessária, mas a retomada deveria ser feita já na próxima semana. As indústrias dependem do comércio para destinar o fluxo da produção e defendem a flexibilização.

O diretor do Ciesp de Santo André, também responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Norberto Perrella, afirmou que muitas das empresas não devem aguentar, caso a abertura gradativa seja realizada apenas no dia 11. Na média, o faturamento caiu cerca de 70%. “A indústria depende diretamente do comércio começar a vender. Mas a maioria deve estar com estoque, então até comprarem novos produtos, existe um delay, que pode demorar cerca de 60 dias”, disse.

O diretor do Ciesp de Diadema, Anuar Dequech Júnior, também defendeu que a reabertura seja mais rápida. “A economia, da mesma forma que a saúde, é extremamente importante para a população. Claro, que sem deixar de tomar os cuidados necessários, mas a economia precisa recomeçar, e tem que ser já. Nós já estamos faturando um terço do total do valor médio.”

O diretor do Ciesp de São Bernardo, Cláudio Barberini Junior, também afirmou que a retomada gradual é de “extremamente importância”. “O Estado tem sido omisso, e nós esperamos uma ação neste sentido. Antes tarde do que nunca, mas algo precisa ser feito. Até porque a população está com redução de salários e as compras não serão feitas normalmente.”

 
 

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