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Comércio demite 3.170 em 12 meses na região

O comércio varejista do Grande ABC eliminou 3.170 postos de trabalho no período de 12 meses encerrado em fevereiro, segundo dados divulgados nesta semana pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com exclusividade para o Diário.

O comércio varejista do Grande ABC eliminou 3.170 postos de trabalho no período de 12 meses encerrado em fevereiro, segundo dados divulgados nesta semana pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com exclusividade para o Diário. O número é equivalente a um corte a cada quase três horas, totalizando pouco mais de oito por dia. O estoque de empregados no setor caiu de 114.485 para 111.315 pessoas – recuo de 2,8% na comparação com o segundo mês de 2015.

A retração no nível de ocupação no setor é consequência do desemprego em outros segmentos, já que, quanto menos dinheiro em circulação, menor é a demanda do comércio. Os juros elevados e a restrição ao crédito também inibem a atividade.

Só em fevereiro, 999 postos de trabalho foram eliminados no comércio varejista da região. Foram registradas 3.306 admissões contra 4.305 desligamentos.

Para o assessor econômico da FecomercioSP Thiago Carvalho, a desaceleração nas vendas influenciou as demissões no setor nos quatro primeiros meses do ano. “O comércio vem passando por dificuldades desde 2014, o que faz com que seja inevitável que os empresários façam ajustes nos quadros de funcionários”, afirma ele, referindo-se às quedas no consumo de 8,1% e 8% em 2014 e 2015, respectivamente.

Apesar da sazonalidade, já que fevereiro é a época em que muitos funcionários temporários que foram contratados para atender a demanda do Natal e promoções de janeiro são dispensados, neste ano o ritmo das dispensas foi intensificado pela recessão.

As lojas de móveis e materiais de decoração foram o ramo de atividade que mais perdeu funcionários em um ano. Nos últimos 12 meses o índice de empregados no segmento diminuiu 9,4%.

Os estabelecimentos de vestuário, tecido e calçados também apresentaram queda, de 7,7%, no quadro de trabalhadores desde fevereiro do ano passado. O terceiro segmento que mais sofreu no período foi o de concessionárias de veículos, com retração de 6,4%.

Na opinião de Carvalho, a região é mais afetada pela crise do que a Capital, por conta da grande concentração de indústrias localizadas no Grande ABC e que estão passando por dificuldades econômicas há três anos. Mais tempo, portanto, que outros setores, cuja participação é maior em outras localidades. “Com a insegurança em relação à manutenção do emprego, alta da inflação, e endividamento, o consumidor opta por conter os custos e não gastar com bens considerados supérfluos”, declara o assessor econômico da FecomercioSP.

A única atividade comercial que ainda apresenta um resultado positivo, ou seja, mais contratações do que demissões, é a de supermercados. “Como trata-se de um ramo com produtos essenciais, ele é o último a ser afetado”, analisa Carvalho. 

 

Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia/1965709/comercio-demite-3-170-em-12-meses-na-regiao


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